"Os rios sempre correm para o mar", sempre ouvia isto dos meus predescessores.
Na verdade não entendia muito o que queria dizer...
Mas, mesmo na cega ignorância, achava bonito este enunciado.
Hoje, hoje mesmo, hoje dia, não o hoje tempo.
Neste momento exato, achei-me descobrindo o seu significado.
Toma-se que o mar seja uma vivência exacerbada de vicissitudes, e o rio seja a pessoa em si.
Lembrei-me de pessoas que conheci.
Me atormentam os pensamentos pessoas que conheço.
Pessoas que se tornaram especiais por mostrarem aquilo que não são, por demonstrarem quem, talvez, queiram ser.
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Eu não quero ser uma pessoa melhor, dane-se o mundo!
Quero ser apenas eu mesmo.
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Entretanto, muitas pessoas o dizem a mim: "Quero ser uma boa pessoa!"
Toscas, tolos seres humanos, inúteis em sua forma de pensar.
Eu não quero ser melhor, pra absolutamente ninguém, exceto pra mim mesmo.
Não quero parecer legal e deixar que pensem que sou assim.
Não quero dar demonstrações de uma força a mim desconhecida.
Eu sou sim uma pessoa ruim.
Egoísta em mim mesmo, e, pasme-se quiser, nunca fiz mal a ninguém por ser eu mesmo.
Outros por outro tanto já o fizeram.
O que acontece é que, quase todas as pessoas, possuem um mundo obscuro e dele usam pra fugir do que seria uma temerária, mas nem por isto menos, realidade.
Adoro a minha realidade!
Amo a minha vida e aquilo que se expressa dela e por ela.
Adoro passar dias sem ter dinheiro pra pagar sequer o ônibus!
Adoro ter que trabalhar mais que muita gente e ganhar menos do que aqueles que sequer sabem o valor do trabalho.
Gosto muito de ter que passar uma necessidade que me reafirma a minha identidade perante quem quer que seja.
O julgamento dos outros, danem-se.
Não os façam por minha causa.... Não me valem de nada e a eles presenteio os meus pisoteios de desprezo.
Talvez, aí, se encontre a minha força ou fraqueza maior, como o poderia saber?
Vivo uma vida plena em todos os sentidos.
Aqueles que se fazem meus amigos o fazem porque me aceitam.
Aceitando-me recebem um pacote real, não uma figurinha colado fora do seu lugar num álbum qualquer.
Não gosto de liberdade: sou preso no meu próprio ego.
Oh! E quão malicioso ele pode ser!
Como sempre me dispeço: Zu Ewikgeit!