segunda-feira, 22 de novembro de 2010

O Que Não Vejo...

Como se não bastasse a cegueira física, ainda me sobrevém a cegueira na'lma!
Sou cego por que não consigo crer!
O pior cego (ainda que vendo não acredita...)!
Os ecos da minha alma vazia perfazem-se na escuridão!

Infelizmente...
Não consigo ver-te em distância.
Cego estou.
Não consigo ver a tua ausência.
Cego sou.

Não poderia acreditar que um sentimento tão bem regado,
Por um ribombar de Zeus pudesse ruir-me os castelos...
Não aceitaria se mo dissessem os demais,
Ainda que relutante ficasse.

Ainda lembro da primeira flor que vi.
Ela não tinha cor e era sem perfume.
A manhã era de primavera, e os pássaros cantavam no arvoredo.
À mim sempre foi, sua música, outrora, o mais mavioso acorde a ouvir.

Ainda lembro do primeiro pássaro que ouvi cantar.
Eram arrancos roucos de solitária densidade.
A tarde era fria e lamacenta, e as flores murchavam sob as intempéries.
À mim, sua aparência, o era mais bela assim.

Não te vejo longe de mim.
E tu o consegues.
Não te vejo longe dos meus abraços que tanto anseiam por ti.
E tu o vislumbras.

O meu vil sentimento atarrachado ao cardio nada significa.
- Antes eu não tinha um coração, ardia um pedra ao peito... -
O meu olhar impaciente por uma fé morre ao meio dia de verão.
As pedras me ferem a audição!

Antes que os pássaros voassem em sua primeira melodia...
Antes que as flores enchessem o ar com suas cores melancólicas...
Antes que houvesse dia na primavera
e,
Antes que caisse a noite no inverno.

Não te quero mais ver.
Não te quero mais.
Não te quero.
Não!

O que não vejo...
O cardio pusilânime no meu proeminente peito entrego-te (a letra que merecias!).

Zu... Ani Shelach!

Zu ewigkeit!

Nenhum comentário:

Postar um comentário