segunda-feira, 10 de agosto de 2009


"..as dores da alma jamais serão caladas..."
Os rumores do coração não podem ser ouvidos.
As lágrimas, sempre, a rolar pela face, não podem ser compreendidas.
Aquele: “Você tem que ser forte!”, soa falsamente e não tem sentido algum. É o momento que mais queremos ser fracos e demonstrar que também sentimos...
As pessoas se aproximam no pior momento, e não conseguem compreender isto.
Estão cumprindo, para si mesmas, um superior gesto de caridade em um momento oportuno.
Mas apenas nós podemos o compreender enquanto inoportuno.
As esperanças morrem, aqui, em primeira ocasião.
Não se tornará a ouvir uma voz.
O toque não será mais sentido!
Não será mais refletida a nossa imagem naqueles olhos.
Os passos! Ah, aqueles que já dantes nos escondíamos de pavor, medo, em obediência cega e protetora.
Não sentiremos mais aquele hálito, a nos segredar aos ouvidos.
Aqueles olhares reprovadores, com um “NÃO” bem impresso.
Os gestos amistosos ou de reprovação.
Ah, perdemos metade da nossa condição de vida enquanto seres viventes.
E as pessoas, externas a tudo isto, julgam-se compreensivas.
Vêem nossas lágrimas e não conseguem ignorar, fingem tristeza.
Elas não sabem o que é isto.
E quando estamos a sós, a contemplar o céu, na noite pós sinistro?
Imaginam-nos tristes, ah, elas não sabem que o que dói, o que faz chorar não é tristeza!
É algo mais profundo e mais belo que isto, é a saudade de quem partiu e não retornará!
A ausência dos passos na sala depois de longa estadia em viagem.
O barulho do carro entrando na garagem, depois de tanta espera.
A chegada que nunca mais será assistida.
A ausência que será sempre notada.



À memória

Elizabeth McDowell
*14/05/1928
+22/08/2008
Descanse em paz!

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