domingo, 14 de fevereiro de 2010

Experiências

Eu prometi tentar.
Eu o fiz.

O progenitor do menino morto provou-me não haver amor.
Eu tentei provar o contrário.
Sua mãe provara-me que as lágrimas, tal qual chuva temporã, lavam a alma.
Eu tentei banhar-me em um oceano de dúvidas.

O sentimento imerecido raio no horizonte.
Eu tentei merecê-lo.

A distância e a paciência apresentaram-se invencíveis.
Eu, ainda assim, tentei vencê-los.

O perdão alargou-se incompatível.
Eu tentei igualá-lo.

A virtude dissoluta expôs suas garras cruéis.
Eu tentei não sentir dor.

Um escudo fosco demonstrou-se como melhor opção.
Eu tentei inutilizá-lo.

A paixão, qual revoada de gaivotas sobre as ondas do mar, tentou aplacar a razão.
Eu tentei agir racionalmente.

Fiquei cego.
Tornei-me surdo.
Fiz-me "o" mudo.
Inundou o meu deserto, a sede.
Purificou a árvore pagã, o raio.

Subliminar, pleno, intátil.
Volúvel.

Tentativas inúteis.

Experiência escrita nos pergaminhos de Al-Aqsa.

Verdade tola demais para ser creditada.

Vida inútil demais para ser preservada.

Solidão amante demais...

para ser descartada!


Zu ewigkeit!

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