domingo, 31 de janeiro de 2010

Soberbo

Segredo inconfessável.
Desejos íntimos,
No sentir do olhar sobre a pele.
Uma carícia por fibras mais sensíveis,
Uma dor aguda, qual estaca cravada ao peito.
Lágrimas amargas,
Pensamentos lascivos que conduzem ao nada.
Coração sensível e maldoso.
Sonhos que jamais se concretizarão,
Realidades indispostas.
Passado negro para um futuro insignificante,
Ansiando pela escuridão ainda que seja agradável a luz do dia.
Coniuge da vida.
Amante da morte.
Sufocando em busca de ar,
Soterrando-se cada vez mais em irretornável sepulcro.
Um ser vazio,
Que ainda que morto faria valer sua lacuna.
Uma lápide sem epitáfio.
Retorno a um respirar incompleto.
Admirador das aves,
Quando apodrece preso a um solo infértil.
Orgulho bobo de uma águia cega,
Abutre abandonado pelos seus iguais.
Inatividade invasiva.
Cardio petrificado.
Gélido olhar.
Dissaboroso aposte.
Imóvel cor.
Atributo nefando após o terceiro dia.
Favor imerecido após três mil e duzentas anos de lamento laico.



Zu ewigkeit!

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