terça-feira, 9 de junho de 2009

Prelúdio Lunar


Mais uma vez deto-me aqui;
À admirar-te...
Nos meus devaneios mais torpes...
Ouso pensar como seria tocar-te um dia...
Um dia!
Uma noite!
Vislumbrando o teu movimento magistral pelo firmamento...
Rio-me da cega ignorância que me acerca;
Quisera eu ter asas!
(Não como as de Schoemou!)
Quisera eu ter asas potentes,
As que me levassem ao teu encontro...
E que me sustentassem, ainda assim, para que te trouxesse comigo.
O meu Regaço te caberia?
Caberia em ti a demonstração – fútil – de tão pouco que tenho a te dar?
Tu tens o céu.
Mesmo todo o firmamento!
Escolhes – numa fulgaz liberdade – a que horizonte ir.
(Vejo-te assim!)
Que poderia eu dar-te?
Um sentimento sincero?
Uma alma desprovida de crenças tempestuosas?
Um coração gélido?
Um olhar vago, antes sincero?
Um toque distante?
Um caminho errante?
Oh, não!
Permaneça radiante!
Há que brilhe e eu possa admirar-te o fulgor.
Na minha sempre eterna noite...
Ao crepitar das chamas dessa intensa fogueira...
Bailar evocado pelo som da música que apraz aos ouvidos...
Sentindo-me envolto à Dança das Múmias...
Persigo-te, e não precisas saber de tal!
Não ousaria dizer-te!
Não maquinaria afastar-te de vez e para sempre.
Pra sempre.
Há que tê-la!
Seja em uma contemplação noturna perene.
Seja em um momento a sós, notívago, com Orfeu!
Seja assim e consume-se pela eternidade.
Oh, Deusa dos Luminares!

Nenhum comentário:

Postar um comentário