quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Conversa à nós...


- Me fala.....só você me faria ficar ainda aqui nessa sala..tenho chance?
- O que propõe, arquiteta?
Ela sorriu ao responder:
- Aberta à pactuação...
- Pactos às 05:27 da matina?
Mais sorrisos. Esta deve ser uma mulher super feliz, Marcus pensou. Esse tipo de pessoas lhe inspirava uma confiança cega, e, ele tinha medo disto. Quase sempre se dera mal por confiar nas pessoas, exacerbadamente!
- É.......sem combate...
Estou deixando-a fugir? Que posso fazer? Pensou Marcus. Não! Não ainda! Suas mãos suaram, o contato com as teclas do Dell se tornaram escorregadios.
- “Péra”, estamos conversando...
- Se essa for uma parte do pacto..........pra mim tá de bom tamanho.
Marcus sentiu uma energia revigorante tomar-lhe o corpo. Raramente encontrava alguém pra conversar e quando acontecia, se apegava tal um náufrago ante sua última chance de salvação. Tenho que continuar esta conversa...
- “Tá” se sentindo sozinha, mesmo em meio a "tanta" gente? – Estavam num chat na internet.
- Sim, mas não infeliz....(risos).
Que mulher sorridente! Pensou, novamente.
- Gente? gente que nem a gente? sei não...
A conversa está intensificando-se, vamos ver à que dar-se-á!
- Não há ninguém "que nem a gente"... somos um mundo em nós mesmos... diferimos em tudo... as digitais são um exemplo parco disto,se até nelas nos diferimos imagine o universo que tange o todo de nossas vidas... vixi, to mals, filosofia, nãããããããão! -
- Puts!!!! Só quis dizer do mesmo planeta.....Porque aqui (na sala de bate-papo) tem "de tudo"... menos mal....Acho que não errei , quando te pedi atenção.
- Ainda assim... – espero que minha óbvia teimosia não a afugente! - não há igualdade nem por raça aqui. Ah, tc no aberto é ótimo (risos).
Marcus, você está rindo? Do que ri, guri, que estás vendo? Ele sentiu o passado próximo...
- Mas acho que tem coisas em COMUM = estar se sentindo só.....
- Desculpa minha insistência.
- xiiiiii...
Pare Marcus! Limite próximo e se aproximando...
- Mas... nem assim, há igualdade.
- Nem percebi que estava no aberto.
Do que fala ela? Ah, reservado e aberto, as pessoas usam escudos pra se proteger de si mesmas! Ele ouvira numa palestra de auto-ajuda, anos atrás.
- Cada um se sente sozinho a sua maneira! Agora devolve, eu fiz o mesmo (risos).
Ele ria pela segunda vez!
- Ahhhhh.
Sua espontaneidade é contagiante!
- Eu me sinto sozinho – Agora, mais que nunca! - mas diferente da tua forma de se sentir, senão vejamos...
- Então vamos mostrar.....pelo menos que fomos as aulas de português... (mais risos).
Ela falava sobre conversar no aberto ou no reservado (?)
- ...o que te faz se sentir só? Não seja obvia! Já vi que és única nessa sala...
- O que me faz sentir só? ............hummmmm a falta de UM companheiro, a falta de UM amigo.
Dúvidas brotaram verdejantes na mente de Marcus. Do que ela realmente falava? Por que UM em caixa alta? Qual a idéia que nascia dessa evidência?
Preciso que me faças entender. Não quero perguntar descaradamente, posso parecer um idiota completo!
- Inconsistente, mas...
- Mas? Tem um detalhe...
- Realista e bem "arranjado"!
- ... consigo me sentir BEM comigo mesma. Explica isso...
- Não sinto ausência...
- ... bem arranjado = casado!
- Você consegue sentir uma ausência na própria presença, o que te torna inconstante na tua forma de pensar...
- Xiiiii...
- ... o que desencadeia hormônios neurotransmissores que te ofuscam com a idéia de solidão...
- Encontrei mais do que pensei...
- ... falsamente divulgada em ti mesma (risos).
Marcus ria novamente.
- “Péra” aí moço...
- Mas...
Estou ficando nervoso, essa conversa está sutil de mais, os MAS estão me evidenciando disto!
- ... digerindooooooooo...
- Sempre existe um MAS – MAS estou nervoso, é um bom exemplo!
- Eu consigo sentir ausencia na propria presença.......È FORTE ISSO!
- Você consegue isto! O que me faz pensar isto? O seguinte: tu te "sente bem contigo mesma"
- Se pararmos aqui: Eu já terei motivos pra dizer: VALEU!
- Por que parar?
Ela vai me abandonar! Marcus já se habituara a isto. Tantas vezes lhe ocorrera que ele nem se incomodava mais.
- risos.
- Eu não quero.
Ufa!
- Me instigas e depois te vais... Ó, Isolda??!?!?!?!?
- Nada! Eu quero é mais... você também é instigante!
- Posso continuar o meu MAIS?
- Sim, claro!
- Então...
- .....
- ... há pessoas e mais pessoas que te dariam o "seu" mundo pra ficar do teu lado, e destes tu te esquivas. Eu minto?
- NÃO!
- Obviamente... uma leitura fácil de ser feita!
Ela ria de novo!
- Agora...
- Fácil???...
- ... tu desterras teu interesse por alguém...
- ... duvido...
- ... verdade?
- ... mas ......diga, quero te "ouvir".
- ... dae, tu pensas não poder "atingir" o pétreo e gélido coração da pessoa, se é que este ser possui um cardio no peito (riso) - eu quero crer que sim - então...
Ela riu gostosamente.
- Creia!
- ... as outras presenças se convertem em ausências, a presença que queres "não está lá"...
- Hummmmm.
- ... onde tu conseguiriras vê-la!
- Onde?
- Ausência na própria presença! Eu deveria ter dito...
- ........
- "onde tu quererias tê-lo". Tu me dizes: “- Tu és meu ponto final!” Por que disseste isto?
- Eu não disse... Marcus...
- Não usou os termos, mas, foi uma representação quase que letal deles! ... Diga-me!
- Você está se referindo ao meu convite? Para te conhecer? Lá no início?
- ... “Me fala.....só vc me faria ficar ainda aqui nessa sala..tenho chance?” (só ratificando).
- Ok...... (mais risos).
“-Diga-me, guri, gostarias que ficassem rindo o tempo todo de ti? – Não, papai, desculpe!” Essa mulher ri muito, legal!
- Todos temos chances, elas são as únicas "linhas paralelas" universais que nos agrega a vida desde que inspiramos o primeiro fôlego e nos cobrem até o derradeiro!
- Sim, sim!
- Infelizmente muitos de nós não as utilizamos muito bem! - Leia meu blog! Compre meus livros! “Papo chato desse cara!” - ela deve estar pensando.
- Mas a "chance" era de fazer o que estamos fazendo... e aqui... isso é raro!
- Obviamente!
- Nem tão óbvio!
- Não pense que eu imaginei soslaios, gestos fortuitos e desajeitados e palavras que se privam de desgarrar-se das cordas vocais! (risos) Bem, Ma Chèrie!!
- Bem, e tu somos o meu mundo neste momento, então, outras obviedades além deste nosso momento... não me interessam e nem deveriam nos dizer respeito!
- Vejo que você já tem “kilometragem”.... me engano?
- Engana-se! A não ser que considere 27 km...
- Mesmo?
- ... como uma kilometragem muito alta, digamos que foram 27km percorridos centímetro por centímetro, pelos dois lados da rodovia!
- É......quando a soma disso está para além do existencial......quem sabe?
- A minha existência é parca, tenha certeza disto, e, além disto, despercebida...
- Hum...
- O que me agrada muito!
- De quem? De você mesmo?
- Dae o fato de não haver solidão que me não aconchegue! Não! A ti também!
- Ahh!
- Talvez, talvez, quem saberá? Se essa vida é cheia de incertezas?
- É!
- Recuso os demais convites!
- Não certezas eternas (risos). Você está recebendo convites?
- ... sou todinho da Realeza Mariah!
- risos.
- Oras...
- Eu quero!
- .... se as certezas fossem eternas... eu quereria morrer agora mesmo! Ou, já ter morrido!
Ela riu! Que mulher que gosta de ri! Ela seria uma fada?!?!?!? As fadas gostam da madrugada! Elas se sentem mais livres na lúgubre presença do Noturno Luminar!
- O que nos move a dúvida!
Eu sei bem que sim, por isto insisto em viver!
- Apegando-me ao conceito de que a morte é o Supremo Portal à eternidade... eu, acertei quanto ao laboro teu?
- Meu pai diz: "a vida é um instante. A morte é a eternidade"... LABORO?
- Infelizmente muitos de nós não temos consciência disto, desse "inspirar" que é a vida! Quando se fala de eternidade, o que vem à mente é a morte, mas...
- Ah, tá...
- ... "há controvérsias"
- Sim, sem dúvida, Marcus...
- Aqui, Ma chèrie!
- Esse é o seu nome? Ou um nick apenas?
Pensa Marcus, responde!
- Óbvio
- risos.
- Uma dica: não me faça perceber que estás relendo a conversa... passa-me a idéia de que não está atencionando a conversa, como eu o faço... - Sou egoísta mesmo! - não. Mas gosto deste nome.
- Eu também sou e, pelo que percebo, estamos num ritmo impossível de segundas atenções! (novos risos).
- Eu gosto do nome “Marcus”, o expediente romano para Marcos...
- Eu também gosto!
- ... que, do latim, é o deus da guerra, ou Marte um planeta que muitos mistérios esconde "aos nossos olhos".
- Deixa eu dizer.......
- Deixo! Imploro!
- 27 km? (risos) duvido disso! É muito pouco pra tamanha grandeza!
- Posso provar-te mediante apresentação de tacógrafo.
O termo não é este, Marcus! Ok. Mas não lembro qual, e este também mede kilômetros, oras!
- A não ser que creia que acúmulo vem de muito antes.
- Olha, deixa dizer-te... não!
- Tacógrafo?????????? (risos)
Ela está debochando do termo que empreguei errado?
- Não acredito neste tipo de teoria venditória, prefiro acreditar no “ismos” maiores que esta e mais claros também, posso dizer-te? - agora eu... -
- Sim...
- ... tivéssemos nos encontrado, passado 14min (a média brasiliana) em êxtase e teríamos esquecido (dado o conceito de saciedade), mas...
- Mas...
- Esta nossa "factus copulus"...
Risos e mais risos. Esta mulher gosta de rir! [2]
- Me deu um prazer superiormente orgásmico, volveu-me desde o cérebro...
- Pode crer, idem, idem...
- Até os átomos de cada núcleo das células do meu corpo, só tenho a dizer-te: Muito obrigado!
- Obrigada você!
- Infelizmente pessoas como tu...
- Fico com a sensação de ainda é possível!
- ... modéstia a parte... – NÓS...
- TUDO ainda é possível
- ... ainda estamos por aqui e olha...
- ...
- ... eu estava já desistindo de encontrar alguém que me fizesse funcionar os neurônios, é tudo tão simoplório!
- risos.
- Frívolo, ah!
- É!
- Me sinto não sendo deste planeta!
Que isto? Marcus Marcianus?
- Te falei disso...
- Agora.... "diga-mo"?
- Talvez não sejamos...
- Conseguimos assassiná-lo como se deve ou ainda respira este Ultrajante?
- Nada que não entenda-se!
- Okie dokie!
...

[Zu ewigkeit!]

2 comentários:

  1. Henry? Me empresta est e cérebro por uma noite aeeeeeee????? hehe
    saudade

    Renan

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  2. Bem, teria que te emprestar dois cérebros... Esta foi uma conversa real! Valews!!

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