quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Solitária Dor


A dor mais intensa, é provável que eu nunca tenha sentido!
É provável que jamais sentirei...

A dor mais intensa, é aquela que o tempo não se encarrega de levar.

Que as águas do Mar do Esquecimento, não conseguem afogar.

Que o Vento Sul nunca amainará.

Que os Raios Supremos nunca conseguirão fulminar.

Que a Canção do Cisne não poderá musicar.

A dor mais intensa, a que, provavelmente, nunca sentirei, se afigura pela tua ausência.

Pela presença da tua partida.

Pelos últimos gestos do desenlace do abraço.

Pela última compreensão do olhar vagaroso.

Pelo visualizar dos passos que quiseram te afastar.

A dor mais intensa, que espero não sentir, vem-me pelo teu encanto.

Tuas palavras guturais ao ouvido meu.

Teus toques ternos e ilusórios.

Tua semelhança com a minha mais profunda admiração.

Teu proibitivo gesto de complacência.

A dor mais intensa!

A que deixaste, foste, e não voltaste.

Aquela que opto por não sentir.

A que se me apresenta em meio ao meu escuro calabouço opcional.

A que se me afugenta dos bons segundos de esperança - tola esperança!

A que se me refulge brandindo raios de salubridade.

A dor mais intensa, a que não sinto, escondido sob o manto da solidão!

Aquela que me renega à covardia.

Ao tempo perdido.

À Vida não vivida.

À porta não aberta.

Ao sorriso não estampado.

Ao enigma perceptível.

A dor mais intensa, a que digo não trazer comigo.

Traze-ma tu, e dispensa o que por ti eu fiz, faço e faria pela eternidade.


Resumo do post

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Resto do Post

Um comentário:

  1. Meus olhos acompanham teus escritos. O blog tá belíssimo, parabéns!

    Seria um prazer tê-lo no meu também.

    Abraço,

    Jacque

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