quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Sentimentos


Eu estivera no Paraíso!
Sentira cada dor, cada sensação, cada alegria, cada felicidade...
A dor Distância!
A sensação Lembrança!
A alegria Reencontro!
A felicidade Saudade!
E por um tempo foi...
Eu senti!
Sim, eu consegui sentir!
Mas, novamente, quando menos esperei...
Novamente, me decepaste o cenho!
Implantaste-me o Escudo Fiel...
Rompeste minha réstia de dignidade!
Espetaste meu coração na estaca à linha da maré, à tarde, ao pôr-do-sol...
O meu Cronos preferido, o mais ansiado!
Abandonaste-me aos cuidados da Deusa: disto não pude reclamar...
Ela, com o bálsamo da discórdia preencheu cada fenda do músculo pusilânime!
E trouxe-me de volta à minha vida...
Duvide de todos, Criança!
Faça caminho igual Aquele!
Urze!
Que morte seria mais aprazível?
Que vida seria mais odiada?
Ainda posso ver o sol... seus raios baixam como relâmpago fulgídio da Presença!
E eu aqui: Somente mais esta canção....
Somente mais esta, Cronos!
Sol, Lua: estrela e astro: astro estrela astro...
Trago os dois ao meu pescoço!
Domínio infame, agora, do meu viver: lembrança mórbida do que não volta mais!

terça-feira, 20 de outubro de 2009

A arte milenar oriental de nada fazer (Jefferson Sato)

  

   Não importa todas as maravilhas criadas pela civilização humana ao longo dos anos. Desde a primeira lança até o computador que frita hambúrgueres, tira leite de vaca, luta boxe e ainda, pasme, armazena seus arquivos digitais. Também não importa a arquitetura, as pinturas, as esculturas, as músicas, a literatura e tudo que há de mais incrível e belo que já foi feito pelo homem. Absolutamente nada me impressiona mais do que uma pessoa fazendo nada. Na verdade, não há nada mais criativo do que fazer nada! Grande parte das mais fabulosas criações humanas, sejam elas tecnológicas, artísticas ou qualquer outra, surgiram porque alguém, em algum momento, morreu de tédio.
   Considero-me um bom ocioso. Quanto menos coisas tenho para fazer, melhor me sinto. Claro que o tédio cansa, mas ainda o considero muito melhor do que o estresse da correria, das datas de entrega de trabalhos, dos compromissos e outras coisas chatas do mundo moderno. Isso me lembra o ano de 2005, quando não estudava nem trabalhava. Sim, era um vagabundo assumido. E tenho que dizer: foi demais! Passei o ano inteiro com tédio, mas todo dia que acordava tarde e pensava: "não tenho dever nenhum para com a porcaria da sociedade". Sentia que ia explodir de alegria. Foi quando me dediquei a aprender guitarra, montei minha banda, escrevi músicas, conheci lugares aleatórios pela cidade, fiz amizades, aprendi coisas, testei coisas, me conheci melhor e por aí vai.
   Mas o que precisa ser entendido é que a arte de fazer nada não se limita simplesmente a... fazer nada. A questão é como fazer nada, porque "nada" é alguma coisa! Confuso? É o seguinte: ninguém fica estático por várias horas, isso é estupidez, então as pessoas normalmente fazem alguma coisa. Por exemplo: esses dias passei a tarde inteira e um pedaço da noite sentado em uma escada na avenida Paulista conversando. Foi a coisa mais legal que fiz e ainda vou fazer em muito tempo! Gosto muito de sentar e conversar durante horas sobre qualquer coisa em qualquer lugar, porque é quando você passa a limpo assuntos, se aproxima das pessoas, tem idéias e mais um monte de outras coisas. E nessas horas, quase sempre, a pessoa acompanhante vai apontar o dedo para um lado e dizer "quer descobrir o que tem lá?" E eu, pelo menos em 95% das vezes, digo "claro". Gosto muito de conhecer lugares, mesmo os que parecem mais banais.
   Em alguns dias durante as futuras férias, porque não vai dar para fazer em apenas um, quero sair com quem mais estiver disposto e visitar a última estação de todas as linhas do Metrô e dos trens da CPTM aqui em São Paulo só para ver o que tem lá e voltar. Vai ser muito chato, vou adorar isso! E vai virar uma lembrança muito boa! Quem sabe o que mais pode sair dessa aventura? É justamente essa pergunta que você tem que se fazer quando está entediado e procurando se ocupar. Desde que não quebre a integridade de seus valores, aceite qualquer proposta! Nunca subestime um programa, por mais chato ou bobo que possa parecer, porque pode ser exatamente o que você precisa e nem sabe.


Agradecimentos à Jefferson Sato, pela permissão para este post! Veja mais em: Jefferson Sato in Texto Livre.

Adeus, Cadu!



  - Tu vais precisar de um veículo com tração nas quatro rodas, um cabo de aço e suprimento extra de combustível. Há muita lama, buracos, prepare-se! Para chegar no Rio, vire à direita.
  Tais palavras me desanimaram completamente. Ainda assim, na terça, pela manhã, movido mais pela curiosidade do que por qualquer outra coisa, fui à aventura. Alimentei os animais bem cedo. Verifiquei o carro. Chamei Cadu que veio correndo muito agitado. Teria que levá-lo, era o único filhote e, como estivesse habituado à companhia humana, não lhe faria bem ficar trancado sozinho em casa – sem levar em conta as travessuras que ele poderia fazer... ele demonstrava sentir que ia participar de algo grande.
  - Humpf! Cães! – eu disse balançando a cabeça negativamente sob seu olhar interrogativo.
  Tudo pronto! Pegamos estrada. Ao passar pela pequena cidade, duas lojas, abertas às 6h da manhã, me chamaram a atenção, mais pelos nomes do que por este fato em si: Milagre de Deus e A ressurreição.  Enquanto acelerava a camionete, um frio me percorreu de cima à baixo.
  Afastando-nos da cidade na direção anteriormente indicada, não demorou muito para entender a observação do rapaz: curvas, subidas, descidas ornamentadas com buracos e mais buracos... a camionete não rodava: pululava! Guiando devagar, pelos regos e valas, íamos nós, com a mínima prudência possível.
  - Não conhecemos a estrada, melhor chegarmos inteiros, não, Cadu?
  Após algumas subidas e buracos, chegamos à beira de um grande lago. Súbito! Estanquei a camionete.
  Estávamos no topo de um morro, eu acho e, a vista era subliminarmente linda. O lago imenso, com pequenas ondas em seu majestoso espelho d’água pontilhado ora aqui, ora ali pelo esvoaçar de uma célere libélula que molhava as patas e se exibia pra si mesma rodeada de deslumbrante paisagem. A vegetação além do lago era de um verde esplêndido. Podia-se ouvir o cantar de pássaros diversos que a cada momento voejava de uma árvore a outra exibindo um potilhéu de cores e sons maviosos.
  - Já está valendo a pena, não, amiguinho?
  - ...
  Depois desta paisagem maviosa, voltando à estrada novamente, numa curva muito fechada logo depois dali, quase bati em um veículo que, certamente, em 300 encarnações anteriores, no mínimo pudera ter sido chamado de ônibus. Soltando uma fumaça negra e de forte odor, ele emitia ruídos estridentes rodando desajeitadamente enquanto seus pneus lançavam pedras por todos os lados.
  Ao meio-dia, passamos por uma casa de madeira. O quintal de terra varrido... cena idêntica à que eu vira em um livro, ainda em criança: uma mulher idosa sentava-se ao chão descascando algum vegetal – ao que parecia -, um cão deitado esparramado debaixo de algumas plantas que, dada a distância, eu as classificaria como roseiras ou congêneres, um homem deitado no alpendre dirigindo preguiçosamente seu olhar à estrada, bois atrelados numa carroça de madeira sendo conduzido por um adolescente magricelas, além de perus, galos e galinhas índias e d’angola ciscando pra lá e pra cá.
  Cadu acordara após um sono de quase quarenta minutos embalado por buracos e solavancos. Soerguei a cabeça como se perguntasse: - Onde estamos?
  O Sol ardia intensamente quando nos aproximamos do Rio (já tínhamos virado à direita!), ele estendia-se imponentemente até perder de vista. Estávamos à sua margem direita, sua corrente contínua lhe conferia um ar de vida e continuidade fecunda.
  Até chegar ali, pedras, buracos, oito ou mesmo dez riachos que tiveram suas águas espirradas por todos os lados pela camionete, um lago de visão divina e, lá estava ele o Rio.
  Desci do carro e joguei meu corpo ao chão de encontro à relva macia e levemente perfumada de verde.   Cadu irritou-se por ficar só e, em protesto, pôs-se a ladrar. Levantei-me, abri-lhe a porta e ele saiu saltitante de felicidade. Corria por todos os lados e na beira do Rio “caçando” as borboletas que esvoejavam por ali.
  Eu estava cansado. Estava suado e sentindo-me sujo. Sem ânimo suficiente, desci para o leito do Rio e, lentamente, me deixei levar pelas suas águas gélidas. Cadu não aprovara a idéia e latia forte como a dizer: -  Onde vai? Volte! Vou entrar!
  Ele não teria essa coragem.
  A água, menos gelada que meu coração, contrastava com o calor escaldante daquele dia.
  - Adeus, Cadu!

Anarhnu*


  
   Eu o via sempre após meia-noite. Chegava do trabalho, subia ao 30º andar e, cá estava eu no meu apartamento e ele no dele no 29º andar do prédio em frente.
   Sempre ali, ao piano, com um manto de colorido invislumbre – se é que tinha um – cobrindo o seu corpo por inteiro dos meus curiosos olhares que, exceto pelo pescoço, rosto e braços, me parecia ser muito branco em alto contraste com os cabelos negros e a boca exageradamente rubra que eu delineava à distância.
   Parecia não possuir nem um Chaver e muito menos uma vida dada à sociedade.
   Ao chegar do trabalho em pouco mais de cinco meses era uma satisfação observá-lo. Imóvel, rijo, teso, apenas as mãos se moviam habilmente sobre o teclado e hora ou outra a testa para afastar um cacho de cabelos que, teimosamente, insistia em afagar-lhe a pálida face.
   Eu sentava-me à janela, seguro de mim. Ele sequer notava minha permanência há alguns metros de distância e outros mais do nível do seu aconchego doméstico.
   Intocável!
   Súbito, ele levanta, se acomoda ao manto e caminha em direção à janela.
   Demonstra-se ainda enlevado pela música que tocara há pouco. Olha a Lua. Como que a desejar-lhe Boa Noite, ele faz uma reverência graciosa e a cuja religião pertencia eu não saberia dizer. Retira-se a passos surdos. Sequer percebera a minha “presença”!
   Eu também erguia o olhar para o Astro Noturno, compartilhando da despedida. Lá, sempre presente, Ela pairava, o “rosto” inclinado contra mim.
   Ela podia sentir a dor do meu peito?
   Ela sabia.
   Eu não!
   Eu olhava para um poço profundo de dúvidas e interrogações. Pude ter essa certeza “de perto”.
   Um dia, nos cruzamos deixando os edifícios. Dia chuvoso e ele caia graciosamente no ambiente que se fazia por tal. Seguro de si, dirigiu-se até seu carro, abriu a porta e entrou como que houvera planejado aquele simples movimento passo a passo. É. Tudo planejado em sua vida. Eu aqui, morto-vivo.
  Eu dirigi meus olhos em sua direção atentamente. Ele nem sequer me notou, do alto do seu Palliare de linho verde-creme. Cheguei a fitar-lhe os olhos. Os dele atravessaram os meus friamente.
“- Esqueça-o!” Disse-me a Ishah Razão.
  Eu o esqueci.
  Passei a sair ao trabalho deixando as cortinas que davam para o “seu” edifício fechadas.
  Mas, como se podia esperar, não fui um Gever HaChaim!
  Certa noite. Meia-noite. As abri novamente.
  “Ouvi o chamado da música!” Eu as ouvia provocando-me sensações tenebrosas e desconforto d’alma, roubavam-me o sono.
  Minha paz, antes “pendente”, agora se ia de vez. Mais uma vez!
  Cada dedilhar nas teclas, cada vibrar das cordas. Parecia acontecer dentro de mim.
  E doía.
  Senti um frio correr-me às costas. Paralisei-me. Estático. Ele tocava e... ele me observava e eu sequer havia me dado conta disto. Inclinando o rosto. Na minha direção. Ele me via.
  Levanta-se, vem até a janela, estende sua mão em minha direção.
  Que pretende ele?
  Alterando tudo em que cria até então... Postado a cem ou mais metros de distância, sinto uma brisa me acariciar o rosto.
  “- Sameach!”
  Um aroma “invade” o ar. Seria este o seu perfume? Sim. Era este!
  Ele volta à banqueta. Aponta para o teclado, leva a mão sobre o peito – por dentro do manto – em seguida, juntando uma à outra as aponta em minha direção.
  O gesto era sublime de mais. Incompreensível de mais. E, ainda assim, penso: dar-me seu amor? Sua alma? Seu coração?!?
  - Yahfeifeh!
  ...
  Acordo com o som estridente do despertador.


*Etrusco rúnico. Apesar de ser muito difícil a interpretação das runas pelos etruscos, baseavam-se em princípios de vida, onde tudo que era "manifesto" seguia a um princípio divino: aumento da prole. No dialeto: Anarhnu, seria um ente mitológico que anseia por se proliferar mas não se entrega à "busca" pelo outro, mas, aguarda pacientemente que seja encontrado.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Protestantischen!


  
  A manhã chuvosa contrastava com a noite de brilhante luar que se permitira admirar. Ao sair para o trabalho, segundo o seu costume, fez a sua oração, leu um trecho do Livro Sagrado e, sem despedir-se da esposa e dos filhos, saiu de casa. Nem observou a chuva que caía incessantemente, tal como também não perdia seu tempo observando os luares da noite.

   Ao chegar à rua, cumprimentava apenas aqueles a que julgava fazer por bem. “Diz-me com quem tu andas que te direi quem és!” Sempre lhe vinha à mente a passagem bíblica. E ele esquivava-se de todo e qualquer contato com pessoas que não tivesse a mesma “liberdade” que havia conquistado.
   No trabalho, pelo importante cargo que ocupava na repartição, todos o tratavam com respeitoso distanciamento, convictos de sua seriedade e taciturnidade. Dirigiam-lhe apenas a indispensável palavra, e o tinham em muito alta conta como profissional que era. Chegava todos os dias e voltava para sua casa sempre com apenas duas saudações: bom dia e boa tarde.
   Aos domingos, seu dia de descanso, fazia-se acercar da família logo cedo, ao prepararem-se para ir ao culto matinal dominical. Os filhos tremiam em pensar que o pai, muito honrado, não aprovaria a roupa ou mesmo a forma como se portavam nesse dia. Para ele, o mais importante de todos.
   Ao chegarem à congregação, cada qual tomava o seu assento depois de se ajoelharem e proferir algumas palavras que lhes sabia mecanicamente. Durante toda a reunião, não havia qual se encorajasse a dirigir uma palavra sequer, que estivesse fora do contexto da lição que era estudada.
   Retornando para casa, cumprimentava mui amavelmente os “irmãos” que faziam o mesmo percurso e incitava os filhos à esta mesma atitude.
   Durante o almoço, que não iniciava sem a presença deste, todos, de mãos dadas, elevavam uma prece à  Providência pelo alimento que lhes era disposto sobre a mesa. Em realidade, eram estas as únicas palavras que eram ditas em tais ajuntamentos familiares.
   No decorrer da tarde, ao se retirar para seu aposento. Onde cumpriria a cesta, podia-se ouvir a mãe em recomendação aos filhos para que guardassem silêncio em função de seu pai estar descansando.
   Era mui prestimoso em tudo o que fazia, pensando fazer para agradar ao Soberano Ser.
   Mas, em determinada noite, teve um sonho. Sonhou que estava em sua casa, mas não se via como a si. Tinha uma outra aparência. Era amável, os filhos realmente o amavam, não tinham por ele temor. O respeitavam em obediência e afeto.
   Observou que aqueles pequeninos seres, precisavam de mais que palavras de repreensões que por ele eram jogadas de encontro à paredes da pequena casa por qualquer motivo.
   Viu que sua esposa tinha uma aparência cansada, triste e abatida. Pensou que seu casamento era tal qual um conto mal contado. Onde todos os que estavam à margem do mesmo, o percebiam com muito apreço, mas, que os nele embutidos sentiam-se mal. Era um mandamento atrás do outro.
   Sua casa era a imagem de uma solidão entre a multidão.
   Conduzido ao seu trabalho. Observou que ninguém lhe tinha o respeito apresentado. Era tido como carrasco e que não havia um só que partilhasse a forma como demonstrava viver a sua fé. Não obstante, notou que era motivo de comentários fortuitos, que desmereciam Aquele a quem ele sempre pensou viver.
Na comunidade era tido como um carrasco sobremaneira dispensável.
   Acordou no meio da noite e olhou a esposa que ressonava profundamente ao seu lado. Eram vinte anos de convivência e ele nunca lhe perguntava como havia sido o seu dia. Como passara as horas em que estivera longe do lar. Quais os problemas, corriqueiros que fossem, enfrentados por ela no dia-a-dia.   Lembrou que nunca indagava aos seus subordinados as suas idéias de como melhorar o ambiente de trabalho e que somente lhe impunha regras e mais regras, sem a preocupação de estar fazendo o bem para eles e, por conseguinte para a própria repartição.
   Levantou-se e foi até o quarto dos filhos. Não havia aparência infantil ali. As crianças dormiam um sono pesado. Carregados de obrigações em agradar o pai. Em sempre conseguirem as melhores notas na escola, ao que ele nem sequer lhes dava os parabéns, apenas ratificando que aquele era o dever de um “bom filho”.
Foi até a sala de sua casa. Viu o Livro Sagrado sobre a estante. Abriu-o aleatoriamente no Evangelho Segundo São Lucas, capítulo 10, versículo 27: “Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo”.
   Pela primeira vez, talvez proporcionado pela estranha visão em seu sonho, percebera que fazia uma imagem diferente de Quem realmente era o Supremo Ser. Ele não se comportava como quem “ama o próximo como a si mesmo”. De repente pensou: “Amo a mim mesmo?” E, se meu próximo é minha família, meus colegas de trabalho, meus irmãos, como vêem esse amor que digo ter?

   Precisava mudar o seu comportamento e "Amar!".

 
Imagem: O julgamento de John Huss - um dos precursores do protestantismo na Boêmia - no ano de 1411, quando foi excomungado por líderes católicos e aderiu à Reforma. Leia mais em: John Huss.

Músicaaaaaaaaa


Eu gosto desta música, entre outras, pois é, além de toda sua beleza a Noruega ainda nos oferta uma música de altíssima qualidade através da Banda Sirenia (nome originário das sereias mitológicas).
Esta música, particularmente, mexe comigo, e no muito que representa, traz um pouco da minha própria história de vida e, por que não, da história da vida de tantas outras pessoas.
Posto aqui a lyric da música, sua tradução e o vídeo.
Deliciem-se!


My Mind's Eyes (Sirenia)

If you were here

I'd whisper sweet nothings in your ear
And appeal to all your fears
If you were mine (if you were only mine)
I'd bring you so much further down
And twist your mind until the end of time

You will never realize
What darkness lies inside
Inside my mind

If you are down
I will come to chain you to the ground
And penetrate your mind
If you are lost (if you are lost)
I'll be there to break you trust
And ravage all your lust for life, my love

You will never realize
What darkness lies inside
Inside my mind (inside my mind)

You will never realize
What darkness lies inside
Inside my mind (inside my mind)
You will never realize
What darkness lies inside
Inside my mind (inside my mind)

 
Tradução

O Olho Da Minha Mente


Se você estivesse aqui
Eu sussurraria, docemente, nada em seus ouvidos
E apelaria a todos os seus medos
Se você fosse meu (se você fosse só meu)
Eu te levaria muito mais adiante
E confundiria sua mente até o fim do tempo

Você nunca vai perceber
Que a escuridão está por dentro
Por dentro da minha mente

Se você estivesse pra baixo
Eu viria pra te prender ao chão
E penetraria em sua mente
Se você estiver perdido (e se você sentisse que está perdido)
Eu estarei lá pra te trazer confiança
E reviveria toda sua vontade de viver, meu amor

Você nunca vai perceber
Que a escuridão está por dentro
Dentro da minha mente (dentro da minha mente)

Você nunca vai perceber
Que a escuridão está por dentro
Dentro da minha mente (dentro da minha mente)
Você nunca vai perceber
Que a escuridão está por dentro
Dentro da minha mente (dentro da minha mente)

Ah, e por falar em belezas da Noruega, veja este blog: Slavian Blog: As Belezas da Noruega e veja também a um pouco da história da Banda em: Sirenia in Wikipédia, A Enciclopédia Livre. Bem, mais um link pra "variar", o Site Oficial da Banda: http://www.sirenia.no/

terça-feira, 13 de outubro de 2009

"Oi!"



Contemplo-te através da penumbra da minha alma!
O palpitar do meu coração são notas musicais que tocam por ti.
Minha pele deseja ardentemente teu toque.
Minha boca anseia por uma cálida demonstração do teu hálito vívido.
Meus olhos, ah, como eles anseiam receber a luz dos teus!
Minhas mãos desejariam entrelaçar-se às tuas.
Todo o meu ser é um querer incomensurável por ti!
Ao te ver emudeço!
Um grito profundo me vem da alma. Porém, tu somente recebes um ingênuo e estúpido Oi.
Idiota! Tudo está errado! Por quê não faz nada certo?
Ao acordar pela manhã: O que ele estará fazendo? Teria despertado?
À mesa no meio dia: Como estará se alimentando aquele corpo? Já o teria feito? Que horas costuma fazê-lo?
Ao cair da noite: Já se regressa como eu? Por onde andará?
Em noite alta: Onde tu estará agora?
Eu te vejo em meus sonhos mais profanos!
Eu te tenho nos meus desejos mais inocentes!
Como me agrado de ti!
Ao sair de casa na manhã seguinte: Bom Dia! – cheio de vida. “Oi!” – resposta de todo pálida!
Idiota! Tudo está errado! Por quê não faz nada certo?
Assim viram-se dias em noites e noites em dias.
Cada palavra que completa o ar, quando de mim, quando pro meu viver...
Não faz sentido!
Perde-se no vão das coisas que converso.
Com quem converso.
O esforço é imenso: minhas mãos geladas impregnam-se de suor. Minha face arde. Meus passos e gestos se confundem. Torço por qualquer e todo momento em que sou deixado só!
Idiota!
Sinto tudo e nada consigo fazer transparecer...
Tudo está errado!
O que não pretendia dizer é o que me sai da boca...
Por quê não faço nada certo?


Zu ewigkeit!

Ode à Dor...


Dor, faça-me te ver!
Dá-me o enlace da compreensão!
Traz-me uma doce ilusão!
Retorne o que dantes fui!
Deixa-me sentir-te magistral!
Força-me a aceitar-te em felicidade!
Por sobre a lua, mostra-te!
No belo se perpetue o eterno!
Assim aprendo-te!
Assim vejo-te!
Assim tenho-te!
Por onde quer que eu vá!


Zu ewigkeit!

Fada Sem Nome.



Por que quebras as minhas asas?
Suas mesquinhas palavras são somente a mim dirigidas?
Os olhares reprovatórios apenas eu os mereço?
Os gestos fúteis só eu os posso ver?
Eu sou!
Esse fardo está destruindo o meu ser!
Essa beleza cultivada me mata aos poucos!
As sombras ainda são meus melhores amigos.
A dor é a companheira mais leal.
A distância de tudo e todos me mantém ativo.
As minhas asas quebradas...
Manchando com meu sangue o chão que o pisarás tu...
Meu silêncio não te seria uma resposta invejável?
Meu canto solitário não te seria uma música fúnebre?
Ah, envolve com a tua...
Asas existem se podes voar!
Não me agrada mais observar os viventes por sobre as nuvens.
Enfim, encontrei o repouso...
Não posso voar...
Vou lançar ao mundo dos humanos um turbilhão de palavras!
Soprá-las ao vento após mil noites a caminhar.
O resultado ver-se-á à lápide: "Aqui jaz..."
Não espere concepção excepcional...
O meu nome não te posso dar...
Ainda tens asas...
Pena por pena!
Cada tendão.
Fada sem nome...




Lach Sam'each!

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Por quê?!?


Por quê pensamos tanto?
Há sempre algo que pensamentos podem evitar.
Felicidade...
Choro....
Revolta....
Noites mal dormidas...
Conquistar aquilo que se deseja...
Viver algo que poderia ser duradouro...
Escolher companhias certas em horas incertas....
Optar por companhias erradas, quando desiludidos...
Pensamentos são legais!
Mas....
Por pensar tanto,
Te perdi!
Deixei que os pensamentos maus sobreviessem!
Não soube analisar contras e prós!
E, mais uma vez, na imensidão da minha cama melancólica....
Estou só!
Por quê?
Não existe vida em e para mim?
Por quê?
Há tantos que se dizem felizes?
A felicidade - essa fada má das trezentas mil noites - não poderia se mostrar à mim?
Oh, não! Não digas do que não sabes.
"Penso logo existo!" E como insisto nisto!
Como penso!
Como existo!
Como insisto em te encontrar novamente...
O vento distorce o meu caminhar;
Por quê?


Zu ewigkeit!

A outra Dor...


Aquilo que sinto por querer;
- se acreditar que "traçamos nossas rotas ao caminhar" -
Está legado ao fado.
Fardo grande de mais;
Que me mata aos poucos...
Verdade dita de mais;
Para que acredite em mentiras...
Luzes vagas de mais;

- não zombe das trevas! -
Da minha boca não sai mais som;
O grito me vem das entranhas...
Meu contato físico transcende;
Não agrada mais o toque...
O olhar tornou-se distante;
A "Menina dos Olhos" faleceu no crepúsculo...
Os desejos encrespam a ignorância do caráter;
A alma está solitária e chora...
Sente uma dor não explicada;
A dor da distância...
A outra dor!
Aquela que uma presença pode aplacar...
Que o afeto renega,
Que o sentimento atrai e irmana-se,
A dor da alma...
A outra dor!
Que se opta por sentir...
Que se decide viver...
Que não quer se compartir!
Que está em querer...
Não no aceitar...
Que não depende de querer!
Mas faz bem sentir.



Zu ewigkeit!

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Produto do ócio (ou conversa boba!)


....

- É que eu queria, há tanto tempo, ficar sozinho que, agora, quando estou acompanhado... acordo no meio da noite, me levanto... não consigo mais dormir... até adormecer novamente (risos)...
- Já fez analise, "né"? (risos)
- Eu???
- Sim, uma vez me disse que tinha feito...
- Olha, as vezes eu acho que sou louco mesmo e estou me superando... uma vez que eu já tive certeza disto....
- Qual teu maior desejo, agora?
- Não sei, são vários.... esquecer tudo que ele me disse, fazer metade do que fui julgado incapaz. E depois, só depois... dar um ponto final em tudo...
- Confuso!
- São alusões R, não se pode chegar onde não se queira estar... Tu sabe o que eu quero, já eu... bem, eu sei que vou chegar lá!
- Hehehehehe, por isto te admiro tanto! Um feliz paradoxo sobre a terra! Led mah oshnech led yosher!
- Huahuahuahuahuahua!



Zu ewigkeit!